CRIANÇA É ATACADA POR CÃO NO LITORAL

Morreu no Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre o menino Gustavo Gomes de Souza, de cinco anos. Ele foi atacada por um cão em Capão da Canoa nesta terça-feira. A informação da morte foi passada por volta das 17h por médicos do HPS para parentes do menino que estão no local. Gustavo havia sido socorrido em estado grave em um avião da Brigada Militar (BM). Médicos chegaram a ter de reanimar a vítima e improvisaram uma mini UTI na aeronave para fazer a transferência.
O ataque ocorreu na Rua Gaspar Grizza, bairro Santa Luzia. A criança havia entrado na casa para brincar com uma amiga. Segundo a investigação da Polícia Civil (PC), o menino foi atacado pelo cão nos fundos da casa. No momento do incidente, o animal estava preso. A criança teria se aproximado e foi atacada no pescoço. Foi necessária ação de vizinhos e pessoas da casa para fazer com que o cão soltasse a vítima. 
A BM teve de conter a população que queria invadir a residência do proprietário do animal. O local foi isolado pela BM e Polícia Civil para trabalhos do Instituto Geral de Perícias. Mais tarde, o cão foi sacrificado pelos policiais, com a autorização do dono.
Conforme a  delegada Walquiria Meder, levantamento no local apurou que o animal era mantido nas condições adequadas de segurança. A Polícia Civil abriu inquérito por lesão grave culposa (sem intenção). O proprietário foi liberado.
— Em princípio essa questão da negligência será apurada, mas ela não fica tão clara agora porque o cão estava amarrado. Mas temos que investigar, o local do incidente foi isolado e a perícia acionada para fazer o levantamento — explicou a delegada
Em depoimento, o dono do cão disse se tratar de uma mistura de pitbull e rottweiler.
— Ele disse também que outras crianças conviviam com o animal, que ele sempre passeava com proteção e na residência ele ficava preso, ou seja, era guardado em segurança. E pelo que vimos no local, o cão era realmente mantido em condições adequadas — concluiu a delegada. 


 
Médicos e BM mobilizados para transferência da vítima
Foto: Mauro Vieira / Agência RBS
FONTE: ZERO HORA
 

INCÔMODO INIMIGO


Um incômodo 'inimigo'
Como as forças de segurança da Operação Golfinho enfrentam as altas temperaturas do verão



As altas temperaturas registradas nos últimos dias, chegando a 40ºC, trouxeram um "inimigo" a mais para as forças de segurança que atuam na 42 Operação Golfinho, além da criminalidade. O forte calor exige dos integrantes de unidades como o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) e o Batalhão de Aviação da Brigada Militar (BAv-BM) um condicionamento físico similar ao dos pilotos da Fórmula 1. Ou seja: pilotar uma aeronave ou uma viatura com a sensação térmica quase atingindo os 50ºC e ainda manter o controle tanto do equipamento como emocional. A preparação implica desde a hidratação do organismo até o lado psicológico, lidando com o estresse, inerente a quem atua em situações extremas.
De acordo com o comandante do BAv-BM, tenente-coronel Carlos Alberto Selistre, uma das providências é a hidratação, com os pilotos da unidade tomando muita água e também, sempre que possível, ficando nas salas da unidade onde há ar-condicionado. O preparo físico é outro fator importante, com os pilotos se exercitando quase diariamente. "Isso é muito importante para o piloto aguentar o esforço exigido pela alta temperatura", salientou Carlos Alberto Selistre.
Dentro de uma aeronave, seja helicóptero ou avião, o piloto é submetido a um grande esforço. De acordo com Selistre, se a temperatura ambiente estiver em 40ºC - como foi o caso do último domingo -, dentro da cabine ela atingirá 45ºC, no mínimo. Por mais que haja deslocamento de ar, este não é suficiente para refrigerar o local, até porque a pressão aerodinâmica impede que grande parte do vento entre no aparelho. "Estes aparelhos não possuem ar-condicionado", relatou o tenente-coronel, que está há oito anos no BAv-BM. "A perda de líquido é enorme, com os pilotos saindo do aparelho com o macacão totalmente molhado de suor".
Aliado a isso, os tripulantes vestem macacão anti-chamas de Nomex, o mesmo tecido utilizado na Fórmula 1, mas sem a tecnologia de resfriamento da peça, disponível aos pilotos de Grand Prix. Completando o uniforme estão o capacete e as luvas. Com a farda completa, a sensação térmica pode chegar aos 50ºC dentro do avião ou do helicóptero. "O capacete tem um viseira maior, das usadas nas corridas de automóveis, mas é igualmente quente", destacou Selistre. "As botas, de couro, também são especiais e têm um elástico por dentro que adere totalmente a perna, não permitindo a circulação de ar."


QUINTA-FEIRA, 23 DE FEVEREIRO DE 2012. FONTE: CORREIRO DO POVO-EDIÇÃO Nº 146



 

SOLIDARIEDADE EM CAMAQUÃ

A cena evocava refugiados de uma catástrofe. E era mesmo: estavam sem comida, água potável e agasalhos devido às enchentes.

O sargento Ezequiel e seus colegas do Batalhão de Aviação da Brigada Militar(BAv-BM),realizaram inúmeros voos para amparar os flagelados. Primeiro, resgataram uma grávida e um idoso que estava infartando, levando-os para o hospital de Camaquã. Depois, transportaram cestas básicas de alimentos e água para os moradores da Ilha de Santo Antônio, na embocadura do Rio Camaquã com a Lagoa dos Patos.

Aos 44 anos, Ezequiel voava agarrado ao lado do helicóptero, no esqui (espécie de estribo), preso a um rabo de macaco – equipamento de segurança composto por cadeirinha, cabo e mosquetão. A posição era arriscada, mas necessária para controlar os pousos improvisados da aeronave em solo alagado, cheio de tocos e de árvores caídas.

– Ficava controlando, para a cauda do helicóptero não bater em obstáculos – diz o sargento.

De onde voava, protegido pelo macacão antifogo e o capacete aeronáutico, Ezequiel também pôde ver o cenário de devastação: pessoas desesperadas, árvores derrubadas, lavouras aniquiladas, casas alagadas, animais mortos. A Ilha de Santo Antônio ficou isolada com a interrupção do serviço de balsa.

– Uma calamidade – define.

A equipe do BAv-BM, cuja sede fica em Porto Alegre, precisou formar uma base numa estância de Camaquã para atender os desabrigados. Da fazenda até a Ilha de Santo Antônio, fez cinco viagens de helicóptero – 30 minutos ida e volta –, carregando cestas básicas e água.

Com a sucessão de temporais, o ano tem sido agitado para Ezequiel e seus companheiros. Não há trégua nos plantões de sobreaviso. Das 19h30min de sexta-feira até as 7h30min de segunda-feira, o sargento não pode se ausentar de Porto Alegre. A qualquer momento, pode soar a ordem via celular:

– Deslocar para o quartel. Entramos em ocorrência.

Casado, Ezequiel sabe que a filha Nicole, 10 anos, aflige-se com as imagens do pai suspenso no helicóptero sobrevoando regiões assoladas por tempestades. Mas fica orgulhoso ao ser informado de que a menina comenta sobre os voos da solidariedade entre as amigas da escola.



FONTE: ZERO HORA-FOTOS:DIEGO VARA